O projeto 'Arqueologia do Futuro' foi estruturado da seguinte forma:
a. Dar continuidade à pesquisa da plataforma DESABA através do projeto intitulado Arqueologia do Futuro, que contará com a participação dos seguintes artistas-colaboradores convidados: Ana Dupas, Bruno Freire, Clarice Lima, Daniel Fagundes, Leandro Berton e Júlia Rocha, sob orientação, coordenação e direção artística de Cristian Duarte e Thelma Bonavita e, também, com a colaboração da pesquisadora Rosa Hércoles.
b. Realizar uma série de procedimentos coreográficos (ferramentas de criação, instruções e partituras) – A pesquisa, junto aos artistas-colaboradores convidados, funcionará como uma plataforma de estudos e práticas corporais que têm por objetivo produzir ferramentas de criação, instruções e partituras coreográficas, que servirão como eixos de desdobramentos da pesquisa, como documentação e compartilhamento do processo.
O ponto de partida para o desenvolvimento desses procedimentos serão provenientes da realização de práticas corporais, tarefas de improvisação, coleção de referências e repertórios de cada artista-colaborador que teve como campo compartilhado a questão do projeto Transformers: plasticidade adaptativa do corpo.
Esta série de procedimentos também possibilitará o compartilhamento do repertório produzido neste projeto, para que outros artistas e/ou estudantes interessados possam utilizar tais procedimentos (ferramentas/instruções/partituras) em seus processos. Este compartilhamento será possível através de um Catálogo, que é mais um objetivo que este projeto pretende desenvolver.
c. Um Catálogo - Este catálogo tem por objetivo documentar, compartilhar e divulgar as etapas de construção de “partituras” e procedimentos. Uma coleção de escritos que ao final serão reunidos compondo uma série de “futuras coreografias”. O conteúdo deste catálogo será produzido por todos os artistas-colaboradores envolvidos neste projeto. O modo de uso de cada ferramenta/partitura/instrução, estarão também devidamente especificados.
d. Um Ciclo de Encontros sobre Ferramentas de Criação para Dança Contemporânea – Este Ciclo de Encontros foi estruturado para disponibilizar procedimentos e práticas artísticas desta Associação de modo didático e participativo.
O objetivo pedagógico e artístico desta atividade está em compartilhar as práticas artísticas deste núcleo de modo didático. Portanto, projeta-se uma apresentação híbrida entre palestra e exercício, onde se discutirá o conceito e a aplicação de ferramentas desenvolvidas por esta pesquisa. É importante ressaltar que este Ciclo de Encontros está vinculado ao processo de investigação interno do núcleo de artistas e seus colaboradores. Já que existe um interesse de estabelecer um outro tipo de ambiente de pesquisa, este ciclo de encontros permitirá testar e observar, em outros corpos, alguns dos procedimentos levantados no processo de trabalho interno do grupo. Uma forma de amadurecer as escolhas desta investigação ao mesmo tempo que compartilha esse conhecimento.
O que é uma Ferramenta de Criação em Dança?
São formulações e exercícios que auxiliam o artista a criar obras ou procedimentos coreográficos. Toda ferramenta surge de duas perguntas básicas, para tentar delinear sempre um “como” e o “para quê”.
A ‘Arqueologia do Futuro’ é um exemplo disso, uma ferramenta de criação que surgiu como uma alternativa de criação de uma obra em dança. Inspirado pelo trabalho de um arqueólogo, que cria cada detalhe de um dinossauro a partir de um pequeno fóssil, o intérprete criador projeta a cada pequeno ensaio todos os detalhes de um possível futuro espetáculo.
Como?
Após um dia de práticas corporais, estudos, troca de referências e conversas, cada artista-colaborador tem a tarefa de escrever sobre estas vivências/experiências como se fosse um espetáculo. Tarefa a ser realizada todos os dias de ensaio, desde o 1° dia.
Para quê?
Identificação de escolhas estéticas;
Projeção de idéias e sensações em forma de dança/espetáculo;
Treino perceptivo;
Para que outros possam estudar/montar uma cena, uma situação ou qualquer outra forma de materializar as vivências/experiências propostas, e formar uma coleção ou repertório deste núcleo de trabalho. E, também, para que outros artistas, estudantes ou interessados possam se apropriar e replicar este repertório.
e. Ensaios abertos - Ao longo do projeto, um conjunto selecionado de “arqueologias do futuro” serão testadas/apresentadas informalmente em estúdios de dança, vias públicas, galerias, entre outros, de acordo com a especificidade de cada “arqueologia” produzida.
DESABA
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