07 January, 2011

Arqueologia Thelma Bonavita - 18/01/2011 - ciclo

Nada está dado

O público está disposto numa arena e uma pessoa sozinha no centro, num ponto fixo, sacode intensamente sua mão.

A luz é intensa e branca e seguirá assim até o final.

Isso dura uns 3 minutos aproximadamente.

Dois artistas entram andando, se posicionando em relação à esta pessoa.

Depois de posicionados, um deles sacode freneticamente sua cabeça e o outro sacode sua própria camiseta.

Isso dura mais uns 7 minutos aproximadamente.

Outro artista com uma camisa na mão entra andando e sacode a camisa caminhando pelo espaço, realizando o gesto de tempo em tempo, vigorosamente.

Isso dura uns 3 minutos aproximadamente.

Alguém procura uma música no rádio e quando encontra uma música bem clichê sintoniza-a e deixa tocar. Todos permanecem em suas ações até o término da musica clichê.

Terminado esta ação todos param e aproximam-se muito,de modo tranqüilo, voltados para um mesmo centro.Vão se “apertando” até que uma pessoa que está no centro comece a “levitar” e aos poucos seja ‘expelida” pelo grupo.Esta ação deve ser “deixada acontecer” e portanto o objetivo não é fazer a pessoa subir mas sim manter uma pressão contínua e constante na medida do possível.

Existe um fluxo que deve ser cuidado mas é possível entrar e sair do jogo, afastando-se um pouco e retomando a ação.

Após mais ou menos 15 minutos, um artista do grupo sai e traz um amontoado de camisas abotoadas nelas mesma e as coloca no chão.

Todos param sua ação. Este convida o público a “vestir a camisa” e explica como será realizado este “vestir”.Traz o computador lê as instruções, tira dúvidas etc. Se o público não estiver motivado, este busca argumentações convincentes. Tem que conseguir no mínimo 5 pessoas. Os voluntários se levantam, os artistas e o restante do público os assistem por 15 minutos.

Ao final desta ação, um dos artistas agradece à presença de todos.

Assim vão se dispersando por ali mesmo, alguns começam a bater papo em pequenos grupos, entre eles mesmos ou com o público, alguns vão embora rapidamente, outros mais devagar, enfim não existindo um fim muito claro, nem aplauso como sinal de fim.Essa ação demora o tempo que for necessário à total dispersão.